Cadê a Cura? – Opções Roberta Perez/Instagram
Depoimento: ‘Praticar exercícios físicos foi o que me deu motivação para conseguir vencer o câncer’
A fisioterapeuta Roberta Perez, 28, afirma que o exercício físico e a adoção de hábitos alimentares saudáveis foram cruciais no tratamento e na recuperação após descobrir um câncer de mama, no ano passado.
No depoimento abaixo, produzido especialmente para o blog Cadê a Cura?, Roberta relata que os médicos oncologistas ainda se esquecem de recomendar que seus pacientes pratiquem atividades físicas. No caso dela, valeu a pena ser “desobediente” e, de corrida em corrida, chegar mais perto do objetivo de se curar. Ela compartilha outras experiências e pensamentos em sua conta do Instagram @vai.por.mim_. Boa leitura!
Quando recebi o diagnóstico do câncer, fui bombardeada com inúmeras informações sobre a doença, o prognóstico, o tratamento e seus efeitos colaterais. Como uma boa paciente, segui todas as recomendações à risca.
No início do segundo protocolo de quimioterapia, fui alertada pela minha oncologista sobre as fortes dores musculares que eu poderia sentir e recebi uma prescrição de analgésicos e relaxantes musculares, já que a intensidade do desconforto poderia progredir ao longo dos 12 ciclos de aplicações.
Comecei a sentir muita dor logo após a primeira sessão, mas me recusei a tomar os remédios (eu já estava usando muitos medicamentos e não gostava da ideia ter que adicionar mais um à lista).
Para tentar esquecer aquela sensação, fui caminhar no parque com meu marido –para nossa surpresa, as dores cessaram. Comecei, então, a caminhar todos os dias, o que me deixava mais disposta e menos cansada, até que um dia eu arrisquei uma corridinha… e só cansei após dois quilômetros!
Contei tudo para a oncologista na consulta seguinte. Ela ficou admirada e me explicou que a prática de atividade física, na verdade, é recomendada, só que os médicos normalmente não orientam seus pacientes a se mexerem –diante de uma realidade tão debilitante como a do câncer, os exercícios não são bem aceitos.
Foi assim que descobri que eu poderia fazer alguma coisa pela minha saúde, e o exercício, que antes do câncer era somente para emagrecer, passou a integrar o tratamento. Os resultados foram incríveis, tanto os físicos quanto os psicológicos.
Fiquei mais alegre, animada, aceitei melhor minha imagem e recuperei a autoestima. Enfim, essa prática me deu mais motivação para vencer a doença e viver bem.
Outro aspecto importante foi o controle do peso. Logo no início do tratamento somos informados sobre o inchaço causado pelos corticoides e o grande risco de ganhar alguns quilos no processo.
O problema é que os médicos normalmente só dizem o que não podemos comer –por causa da possível interferência no tratamento– e não nos orientam no sentido de minimizar o ganho de peso.
Aprendi que boa parte do peso extra vem por descuido das pacientes, que consideram os excessos justificáveis diante de um tratamento tão debilitante.
Sabendo disso, procurei uma nutricionista. Ela elaborou um ótimo plano para suprir as demandas metabólicas e nutricionais do meu corpo, respeitando minhas restrições (como alguns alimentos que me deixam enjoada) e meu paladar, além de indicar alimentos mais naturais, sem conservantes.
Não sei se o meu caso pode servir de exemplo para todos os pacientes que têm ou que tiveram câncer, mas acho importante que todos saibam que, sim, existem medidas que nós podemos adotar e que têm um grande impacto na qualidade de vida e no prognóstico –seja comer melhor ou se esforçar para sair da cadeira e dar uma volta no parque.
Folha de S.Paulo 2017
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