O verbo haver é utilizado no impessoal e, portanto, sempre na 3ª pessoa do singular – jornalismo português faz um ótimo uso dele
Por: Diogo Arrais, professor de português (@diogoarrais)
No telejornal português, aparece uma frase:
“A seis meses já há clima pré-eleitoral”
Além de toda a concisão e o intelecto do jornalista Nelson Garrone, o qual teceu várias visões políticas, a chamada traz uso benéfico da nossa Língua Portuguesa.
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A preposição “a” – na relação temporal – indica futuro, como nas conhecidas expressões: “daqui a seis meses”, “daqui a um determinado tempo”.
De outra sorte, é válida a lembrança: caso houvesse a referência pretérita, o uso seria do verbo haver: “há seis meses”, “há um tempo”.
Por essa precisão na temporalidade, é pleonástica a expressão “há tantas semanas atrás”. O termo “atrás” é desnecessário e deselegante nesse tipo de construção.
Nota: no telejornalismo português, vê-se uso privilegiado do verbo haver, no sentido de existir.
Além de extrema elegância, a impessoalidade gera uma frase breve, objetiva.
Duas construções a serem comparadas:
“Mesmo faltando seis meses, estamos em clima pré-eleitoral.”
(Menos concisa)
“A seis meses já há clima pré-eleitoral.”
(Mais concisa)
Brevidade é uma qualidade de quem se habitua a revisar textos, evitando excessos, o que é desnecessário.
Sob o ponto de vista da concordância verbal, o verbo haver é invariável, ou seja, não irá para o plural (mesmo em locuções):
“Deve haver campanhas eleitorais.”
“Há campanhas eleitorais no Brasil.”
“Pode haver campanhas eleitorais.”
Ao buscar textos objetivos, considere o bom exemplo do jornalismo português: haver sim!
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O verbo “haver”: o uso correto e dicas para não errar | Exame