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Eis a ideia para vocês refletirem ao longo da semana: “radiografia da imaturidade – I”

Por: Pe. Paulo M. Ramalho (*)

No mundo de hoje, onde vemos a toda hora pessoas imaturas, seria muito interessante abordar esse tema para que vocês o conheçam melhor, para que façam uma reflexão pessoal e ajudem as pessoas a se tornarem mais maduras.
 
Ao escrever esta reflexão, penso muito naqueles que estão escolhendo o seu futuro cônjuge para o casamento.

 

Essa não é uma tarefa nem um pouco fácil, pois o mundo de hoje tem gerado pessoas muito imaturas. Eu penso que isso se deve sobretudo às famílias desestruturadas e aos pais excessivamente protetores.

 

Uma vez ouvi uma pessoa dizer esta frase, com a qual concordo plenamente: “Superpais, infrafilhos”. Um grande erro na educação é poupar todo sofrimento aos filhos. Outro erro é a falta de exigência devido à cultura de hoje que quer evitar todos os traumas;  muitas vezes os pais separados, quando estão com os filhos, querem agradá-los a todo custo.

Penso também nos casais que têm de lidar com um parceiro imaturo – um marido ou uma esposa. Espero que isso vá acontecendo cada vez menos por vocês serem mais criteriosos ao escolher o cônjuge. Para esses casais, digo que nem tudo está perdido. Uma pessoa imatura pode se tornar madura. Não é fácil, mas penso que estas reflexões darão subsídios a vocês para que enfrentem essa realidade. Sem esquecer a oração, que é sempre uma poderosa arma para tudo.

Para falar sobre esse tema, vou utilizar o livro Maturidade, de Rafael Llano, da Editora Quadrante, que acho muito valioso. Ele começa dizendo que a imaturidade é muito difícil de ser definida. De fato, é mesmo. Tentem definir a maturidade ou a imaturidade. Normalmente se fala delas através de suas manifestações, que são várias e ocorrem em vários âmbitos. É o que faremos então agora.

Primeira manifestação: infantilismo

A imaturidade deve-se, em primeiro lugar, a uma espécie de paralisação, de “fixação” numa determinada época da vida — infância, adolescência, primeira juventude… — que retarda o desenvolvimento normal da personalidade. Um adulto acriançado que se encontre, por exemplo, na faixa dos trinta anos continuará a procurar a solução dos seus problemas de adulto por meio dos recursos infantis; ou seja, procurará, por um procedimento pueril, infantilizado, resolver conflitos que só podem ser superados de maneira adulta.
 
Uma criança costuma aprender muito cedo que é capaz de obter o que deseja gritando, batendo o pé, chegando até a engasgar e a corar para amedrontar e dobrar os pais.

 

Se tiver pais bem orientados, pode ser ajudada a superar esse modo infantil de lidar com os problemas. Mas, se tiver pais insensatos, que cedem mil e uma vezes às suas exigências impositivas, acabará por utilizar, quando for um quarentão, métodos equivalentes ao processo de gritar ou bater o pé: terá explosões periódicas, reagirá às naturais dificuldades de relacionamento no trabalho como se fossem ofensas pessoais, recorrerá aos amuos e às mágoas e, ao ver que isso já não produz o efeito desejado, refugiar-se-á no ressentimento.
 
Vejamos um caso. Um garotinho que precisava de atenção e carinho aprendeu que as pessoas riam quando ele deixava outros em situação ridícula. Ainda não tinha a capacidade de entender o que significava magoar alguém. Interessava-lhe apenas obter o que desejava: chamar atenção ou mostrar-se superior.

 

Mas não conseguiu superar essa atitude mais tarde e ficou incrustado na infância, de forma que aos quarenta anos o vemos fazer gozações e pregar peças infantis como outrora… Barrigudinho e careca, com um sorriso de triunfo vazio nos lábios, permanece até o fim dos seus dias um moleque que nunca cresceu. Parou no tempo.
 
Na mesma linha, todos conhecemos esses indivíduos que assumiram o papel de perpétuos “engraçadinhos”, e que em todo lugar querem roubar a cena com um interminável repertório de piadas. Ou esses cinquentões que querem retornar aos seus vinte e cinco anos tingindo o cabelo, assumindo ares esportistas de uma elasticidade completamente ridícula… Ou ainda essas socialites que dão festas de aniversário para o seu poodle como se ainda fossem menininhas agarradas ao seu bichinho de pelúcia, ou essas senhoras que não aceitam a inexorável passagem do tempo e gastam fortunas com plásticas complicadas…
 
Tudo isso acontece bem ao nosso lado, e talvez bem dentro de nós mesmos… É possível que se encontrem nessa situação os nossos filhos, os nossos irmãos, os nossos amigos… ou os nossos chefes e dirigentes. Temos de ter a coragem de corrigi-los fraternalmente.

 

O mundo necessita desesperadamente de maturidade: não sejamos nós também imaturos diante da imaturidade reinante. Todos temos de ajudar-nos mutuamente a progredir, começando por nós mesmos (Rafael Llano Cifuentes, Maturidade).

Continua na próxima semana… Uma semana abençoada a todos!
(*) Padre Paulo M. Ramalho
falar.paulo@gmail.comwww.fecomvirtudes.com.brhttps://www.facebook.com/FeComVirtudes?ref=hl – (cfr. https://www.fecomvirtudes.com.br/radiografia-da-imaturidade-i/)
Padre Paulo M. Ramalho – Sacerdote ordenado em 1993. Cursou o ensino médio no colégio Dante Alighieri. Engenheiro Civil formado pela Escola Politécnica da USP; doutor em Filosofia pela Pontificia Università della Santa Croce. Atende direção espiritual na igreja Divino Salvador, Vila Olímpia, em São Paulo

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